Uma comunicação clara, eficiente e segura é fundamental à Compliance na Saúde. Esta comunicação poderá ser feita a diversos níveis, nomeadamente, entre prestadores e reguladores a nível nacional e internacional, entre entidades privadas e entidades públicas, ou mesmo entre profissionais de saúde e associações, quer profissionais quer de doentes.
A comunicação entre prestadores e reguladores a nível nacional e internacional garante, por exemplo, que dados de farmacovigilância sejam recolhidos permitindo a utilização segura do medicamento. Poderá igualmente iniciar e permitir processos de utilização excecional de medicamentos.
A comunicação entre entidades privadas e públicas reveste-se de particular importância quando a mesma ocorre entre a indústria farmacêutica e as entidades reguladoras, permitindo o início e o seguimento do processo de registo de medicamentos e dispositivos médicos. Quando mais eficiente for esta comunicação, mais célere será o processo e mais depressa os produtos necessários aos pacientes estarão disponíveis no mercado. A comunicação entre entidades privadas como laboratórios e o Estado tornará possível o processo de comparticipação do medicamento ou da avaliação prévia do dispositivo médico, de modo a que o paciente apenas pague uma percentagem se se demonstrar que existe valor acrescentado na sua utilização. Além destas situações, a comunicação entre os hospitais e o fabricante permite também o reporte de reações adversas a medicamentos. É relevante referir o Regulamento Geral de Proteção de dados da União Europeia (RGPD), efetivo desde 2018, obriga a industria farmacêutica, fortemente dependente de dados clínicos e da sua partilha, a armazenar, arquivar e partilhar toda a informação clínica de acordo com os trâmites rigorosos do RGPD. Isto gera algum conflito já que a indústria depende destes dados, mas também porque existe necessidade de manter os mesmos na eventualidade da existência de uma auditoria. O não cumprimento deste regulamento poderá implicar uma multa até 4% das receitas globais.
Por fim, as associações de classe poderão assegurar a comunicação de legislação, notícias e eventos aos profissionais de saúde seus associados. Já a comunicação de associações de doentes com os profissionais de saúde, poderá permitir a identificação de necessidades específicas por colmatar, a serem tidas em conta nas tomadas de decisões.
E quais serão os melhores canais de comunicação em Saúde? Na Era Digital não podem ser descurados o email, os sms, os portais online, os social media, os blogues e os websites. No entanto, métodos mais tradicionais como o telefone e até mesmo a carta são ainda bastante utilizados. Mas mais importante que o canal de comunicação, será garantir que a comunicação é eficiente, garantindo a transmissão da mensagem correta ao seu destinatário.
A comunicação em Saúde tem também que ser segura, garantindo não só a proteção de dados dos intervenientes, mas também protegendo a propriedade intelectual/industrial.